Daniel Ivan
de Araújo Lopes¹; Iago da Silva Braga¹; Pedro Henrique Nascimento¹
¹ Estudante do ensino médio,
Ensino estadual baiano, CEPESF.
RESUMO
Este artigo é uma produção desenvolvida
para a terceira unidade do terceiro ano do ensino médio. Todos os dados aqui
apresentados foram buscados em artigos disponíveis na internet e seus
respectivos endereços estão nas referências bibliográficas. O intuito desse
trabalho é acima de todos o de criar uma visão mais apurada das simples ações
do cotidiano, como o ato de lavar louça utilizando sabão caseiro produzido com
óleo reutilizado. Os dados que estão em “métodos e matérias” foram colhidos em
um encontro no dia 31 de agosto de 2019 e nele algumas mulheres da região
metropolitana de Salvador produziram sabões para que os alunos do Colégio
Estadual Edilson Souto Freie pudessem coletar informações para este e para que também
pudessem fazer uso do mesmo no seu cotidiano.
1. INTRODUÇÂO
Diariamente utilizamos sabões para a
higienização do nosso corpo, roupas, utensílios etc. Desse modo, faz-se
necessária a compreensão do que vem a ser o mesmo. O que fez com que as pessoas
passassem a utilizar esse produto, qual foi o contexto e como se deu? Como
funciona efetivamente o sabão a nível de reações químicas? Somente o que faz
muita espuma é o melhor? E como se é possível produzir barras de sabão? Essas
serão as perguntas das quais a resposta estará no decorrer deste.
Uma antiga lenda romana pode ter a chave
para a explicação do que foi o primeiro contato do homem com um detergente como
meio de higienização. Diz-se que em um lugar denominado Monte Sapo, onde
aconteciam sacrifícios de animais em pilhas crematórias, teve origem o sabão.
Após chuvas o sebo derretido misturado as cinzas da cremação eram levadas até
as margens do Rio Tigre, onde mulheres iam para lavar suas roupas. Ocorreu que
essas mulheres acabaram percebendo que o barro das margens, que por sua vez era
uma espécie de sabão grosseiro, acabava por limpar mais facilmente as roupas,
as deixando mais limpas.
Por
sua vez, existem outras explicações, como a de que o sabão foi descoberto ainda
na pré-história, quando o homem após ter começado a dominar o fogo e usado para
assar a carne, percebeu que a mistura de gordura, que no ato de assar
consequentemente caia nas cinzas, quando era molhada pela água da chuva
produzia um coalho branco. Ocasionalmente um desses ancestrais pode ter
utilizado para estancar alguma ferida e percebeu que a mesma tinha propriedades
medicinais. Ademais, Gaius Plinius Secundus, em seu livro 18, intitulado
“História Natural”, relatou que cerca de 600 anos a.C., os fenícios possuíam
uma técnica de produção de um material pastoso parecido com sabão obtido da
fervura da gordura de cabra com água e cinza de madeira e utilizavam a mesma
para limpar o corpo. Ele chega a relatar que o médio Galena (130-200 d.C.),
utilizava um produto semelhante como medicamento para a remoção de sujeira
corporal e tecidos mortos da pele.
Desse
modo, qual é o processo que químico que está relacionado com essas ocorrências?
Os triglicerídeos que compõem os óleos e as gorduras são formados por duas
estruturas básicas: uma base de glicerol e um radical de ácido graxo. Ácidos
graxos são moléculas longas, sempre tendo mais de 12 carbonos. Outro reagem
nessa reação é a soda caustica. Para que isso ocorra precisamos de um meio
bastante alcalino.
2. DESENVOLTIMENTO
A
primeira coisa que acontece para a saponificação é a dissolução iônica da soda
caustica na água que se separa nos íons sódio mais (Na+) e hidroxila
menos (-OH). Em seguida, ao adicionar os triglicerídeos os mesmos
sofrem hidrólise e separa-se nos radicais de ácidos graxos a na base de
glicerina. Pelo fato de o oxigênio ter saído de uma ligação covalente com o
carbono, ele fica com sete elétrons ao invés dos oito que necessita e está com
carga negativa. A necessidade de um elétron e de carga estabilizar sua carga
faz com que ele atraia o íon Na+, que por sua vez possui carga
positiva e precisa de fazer uma ligação. O radical do ácido graxo de junta com
o cátion de sódio e forma um sal de ácido orgânico, o sabão. Enquanto isso, os
carbonos da base de glicerol e os íons hidroxila menos também precisam de um
elétron e acabam formando uma ligação covalente restaurando o álcool
glicerol. Dessa forma, temos o resultado
dos produtos: três sais de ácido graxo e uma molécula de glicerol.
Para
fabricar o sabão são necessários os seguintes ingredientes: 500ml de água, 250g
de soda cáustica, 1L de óleo de cozinha que seja remanescente de frituras e
tenha sido coado, detergente, sabão em pó, uma ripa para mexer a mistura e sal
cáustico. Coloque a soda cáustica e acrescente água quente em um recipiente
(antes de começar a ferver, desligue a água e já coloque junto com a soda) e
depois mexa com uma ripa a mistura levemente mantendo uma distância segura até
que toda a soda derreta. Em seguida acrescente o óleo de cozinha usado, já
coado e continue mexendo por cerca de meia hora até que fique bem homogêneo e
um caldo mais grosso. Ingrediente adicional: detergente e sabão em pó para
deixar um aroma mais agradável. Coloque os ingredientes adicionais quando a
mistura tiver um pouco mais homogênea. Após isso forre a forma com um pedaço de
sacola plástica para facilitar na retirada do sabão após sua solidificação, que
dura cerca de um dia.
Percebe-se
nesse ato a presença de algo muito importante para as sociedades atualmente.
Uma política muito pertinente se mostra, a política dos 5R’s, que visa a
reutilização, o reaproveitamento, reciclar, repensar e o recusar de práticas
insustentáveis. Quando reutilizamos o óleo de fritura estamos fazendo de
algo já usado algo novo e útil, e o simples fato de pensar uma nova forma de
utilizar sabão sem que haja muita agressão ao meio ambiente exigiu um repensar.
Quando nos recusamos a jogar o óleo das frituras na pia e os armazenamos
em garrafas PET, também se está praticando a política dos 5R’s e não deixa de
ser uma reciclagem por conta da utilização de garrafas plásticas que
viriam ser descartadas. Quando deixamos de comprar produtos de limpeza reduzimos
não só o gasto, mas também a utilização de embalagens.
3. CONCLUÃO
Não existe formas fáceis de se fazer
coisas grandes acontecerem. O planeta terra em toda a sua extensão é quase
inimaginável, mas mesmo assim está sendo completamente atingido por conta de
ações antrópicas irresponsáveis e impensadas. Os seguintes séculos serão de
grande miséria e desigualdade caso as ações humanas não deixem de ser de cunho
egoísta e passem a ser totalmente repensadas para que o planeta venha se
restabelecer. No entanto, para que isso ocorra os governos precisam parar de
procurar por formas capitalistas de se alcançar resultados plausíveis. Assim
como disse o falecido economista, Eduardo Campos, na seguinte frase:
“O conceito de sustentabilidade não é
ter uma caixinha no Governo que cuide de sustentabilidade. É ter sustentabilidade
em tudo o que o Governo faz.” (Eduardo Campos)
Indubitavelmente
os governos precisam pensar no amanhã e no hoje como algo único. Não possuímos
exemplos na história de algo tão grande como o que está acontecendo agora e o
que está por vir caso os danos ao planeta não sejam drasticamente reduzidos no
menor espaço de tempo é sem escala. Talvez não consigamos fazer da terra um
planeta tão biologicamente diversificado e habitável quanto era antes dos danos
causados, mas é possível que com o tempo o próprio planeta em toda a sua
maestria que se eleva a sinfônica, passa a se reerguer.
Mas o simples
ato de fazer sabão caseiro pode contribuir para a retomada do equilíbrio que
foi perdido ao longo do tempo. No entanto, precisa-se fazer muito mais para que
consigamos ver resultados. Repense no máximo suas ações diárias e faça do seu
lar um lugar mais agradável.
4. REFENRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Teles
Moozer Souza de Oliveira. Investigando as condições de produção de sabão a
partir de óleo usado em uma associação de mulheres da expansão do setor “o” da
Ceilândia. Trabalho de conclusão de curso 2 – 2019 – Brasília, DF.
Disponível em: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/1730/1/2011_TelesMoozerSouzadeOliveira.pdf
Fulminato de Prata. Como Fazer
Sabão – Reação de Saponificação. Vídeo do YouTube de 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uLp7Uyc1H6I
Paula Louredo. Educação
Ambiental e os 5R’s. Artigo do site
Canal do Educador. Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/educacao-ambiental-os-5-rs.htm
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